quarta-feira, 13 de março de 2013

Referências para pesquisa

Proposta Estratégica na Operação Urbana Diagonal Sul – Urban Age South America Conference

Carlos Leite, Bernd Rieger e Eduardo Della Manna

 Proposta: eixo infraestrutural e parque linear
          
           

Dimensões urbanas integradas e balanceadas
O novo território é uma oportunidade única para desenvolver uma estratégia inovadora de intervenção urbana que contemple de modo equilibrado as dimensões de concepção/design e processos/mecanismos.
Compactação urbana
Em oposição à baixa densidade existente nestas áreas propõe-se a intensificação, alta densidade e usos mistos. O modelo de desenvolvimento da cidade compacta tem um potencial para alcançar uma maior sustentabilidade. Altas densidades são desejáveis nos territórios centrais com potencial de crescimento. Cidades com bons sistemas de transportes público, alta densidade e sem expansão desmedida possuem menores níveis de emissões de gases de estufa per capita.
Reabilitação de infraestruturas
A reutilização das infra-estruturas existentes é mais sustentável do que a criação de novas redes infra-estruturais. Incentivar deslocamentos menores diminuindo a necessidade de mobilidade e priorizando o uso de recursos públicos e de sistemas de transporte coletivo se complementa à reativação do território dotado de sistemas de abastecimento de água, esgoto e energia.
Diversidade sócio-espacial
Mecanismos específicos de incentivos fiscais podem ser desenvolvidos para deter o declínio da fábrica urbana em antigos territórios industriais, encorajando novos desenvolvimentos e incluindo a combinação de uma vasta gama de utilização do solo, em equilíbrio com seu entorno.
Diversidade sócio-espacial
Reinventar o padrão de coexistência territorial da metrópole: a sócio-diversidade urbana que faz a beleza de viver numa cidade precisa ser urgentemente resgatada no modus vivendi dos paulistanos. A cidade sustentável é uma estrutura de vida rica que mistura diversas funções e padrões sociais (nós gostamos das cidades européias porque são diversificadas e cheias de vida urbana, sem condomínios fechados segregados ou subúrbios isolados/segregados; a classe média paulistana precisa de mais Higienópolis e menos Morumbis, mais avenidas Paulistas e menos Berrinis).
Uma cidade dentro da cidade – objetivos
§  Criar nova qualidade em espaços públicos.
§  Propor joint-ventures entre poder público e o setor privado para estimular a limpeza das áreas contaminadas (brownfields).
§  Promover a construção de equipamentos públicos de significado simbólico para a região e de intenso uso social.
§  Promover inclusão social e uma cidade de território mais democrático, cujo uso solo seja de todos.
§  Aumentar os investimentos públicos (municipal, estadual e federal).
§  Atrair e articular investimentos público, privado e institucional.
§  Assegurar a sustentabilidade de todas as ações integradas (organizacional e financeira).
§  Gerar um padrão global includente de regeneração urbana.
§  Reabilitar os dois principais elementos de estruturação urbana: rio/águas e linha férrea.
§  Propor novas configurações no uso do espaço.
§  Solicitar a criação de novas soluções para a geração de emprego e renda.
§  Dinamizar os ativos urbanos da área.
§  Melhorar as condições de circulação e de distribuição de bens e serviços.
§  Gerar regras claras na gestão urbana do território novo.
§  Gerar segurança jurídica institucional que permita aos diversos players desenvolverem seus papéis do desenvolvimento urbano.
Os potenciais retornos para a cidade
Receitas fiscais anuais previstas:
§  IPTU (imposto predial): R$ 75 milhões.
§  Novos empregos e novo moradores (IR e outros): R$ 120 milhões.
§  ISS: R$ 140 milhões.
§  Aumento de produtividade de indústrias transferidas: R$ 75 milhões. Total: R$ 410 milhões.
§  Receitas fiscais da fase de construção/desenvolvimento do PU: R$ 150 milhões.
§  Vendas de CEPAC´s: R$ 500 milhões.
§  Verticalização: serviços sobre embasamento coletivo

 “Algumas cidades vão organizar uma infra-estrutura mais eficiente do que outras. Saberão equilibrar interesses públicos e privados; descobrirão que tipo de incentivo leva à perseverança e ao crescimento; encontrarão formas de aproveitar ao máximo a relação entre água, eletricidade e transporte. Essas serão as cidades da oportunidade, cidades que muitos vão escolher para viver e trabalhar. Serão centros de crescimento e inovação para as empresas dos próximos cem anos, para companhias que souberem enxergar longe. E se transformarão em imãs para a humanidade, sustentados pelos alicerces de uma infra-estrutura de qualidade - alicerces que quase sempre passam despercebidos, a não ser quando não funcionam.”
A proposta urbanística é de autoria de Carlos Leite (FAU-Mackenzie), Bernd Rieger (Rieger Reurbanzição) e Eduardo Della Manna (Secovi-SP). O trabalho complementa a parte conceitual desenvolvida por Nadia Somekh e Carlos Leite (Implementing Urban Change). Ambos trabalhos foram desenvolvidos para o Urban Age South America 2008 sob patrocínio da London School of Economics.(cleite@educatorium.com).








ficha técnica
Autores
Carlos Leite (FAU-Mackenzie)
Bernd Rieger (Rieger Reurbanização)
Eduardo Della Manna (Secovi-SP)

Consultores
Cláudio Bernardes (Secovi-SP), Viabilidade
João Crestana (Secovi-SP), Viabilidade
Joerg Spangenberg (FAUUSP/Bauhaus), Desenvolvimento Sustentável
Lourenço Gimenez (FGMF), Mobilidade
Thiago Duarte (Obra), Desenho Urbano
João Paulo Daolio (Obra), Desenho Urbano

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